Islândia (dia 2): Das cachoeiras do litoral sul até a Black Beach

Um dia de paisagens exóticas percorrendo as estradas do sul do país


O dia amanheceu ensolarado. Quem olha de dentro de uma casa ou de um carro até pensa que é um dia de temperatura agradável, mas ao sair lá fora, o vento castiga com sua força e seu "gelo". Às 8h00 da manhã eu já estava na estrada do litoral sul da Islândia para explorar sua belezas vulcânicas e exóticas. 

Sol gelado em meio às rotineiras nuvens cinzas


SELJALANDSFOSS E GLJÚFRABÚI

A primeira parada do dia foi na área dessas duas cachoeiras de fácil acesso. Veja aqui a localização no Google Maps. O acesso é livre mas o estacionamento é pago (700 ISK). Não existe guichê para pagamento do estacionamento, é necessário pagar com cartão de crédito numa máquina em frente às vagas. Eu e meu amigo estacionamos no local e seguimos logo para a cachoeira sem pagar pois não sabíamos como funcionava. Um tempo depois meu amigo voltou para o carro por causa do frio, essa foi a sorte pois passou um guarda multando os carros que não tinham o comprovante de pagamento. Como ele estava no carro não fomos multados, mas teve que pagar na máquina. 

No acesso às cachoeiras existe essa estátua de puffin, um pássaro típico da Islândia


A Seljalandsfoss é uma das cachoeiras mais famosas da Islândia, tendo 60 metros de altura. Além da beleza de ser observada de frente, também é possível caminhar por trás de suas águas, em uma depressão no rochedo. O vento faz com que as águas respinguem nas pessoas que se aproximam, ou seja, uma dica é levar casaco impermeável ou capa de chuva.

A Seljalandsfoss consegue ser bonita de qualquer ângulo


São 60 metros de queda d´água


Uma passagem na rocha permite caminhar 360 graus ao redor da queda d´água


Dá para chegar bem perto, mas é certeza de se molhar com as gotículas de água


Seguindo a pé por uma trilha de 560 metros pela esquerda se chega na Gljúfrabúi, uma cachoeira escondida dentro de uma fenda na rocha. Suas águas caem de uma altura de 40 m. Para vê-la de perto é preciso caminhar pelas pedras do rio Gljúfurá, por uma abertura estreita no penhasco. Suas águas também respingam como chuva em quem se aproxima.

A Gljúfrabúi está escondida no interior de uma fenda na rocha


O acesso é feito pulando de pedra em pedra nas águas do rio formado pela cachoeira


São 40 metros de queda em um cenário cinematográfico


SKÓGAFOSS

Desloquei 30 km desde Gljúfrabúi (25 min) para chegar em Skógafoss, cujo nome se traduz como "cachoeira da floresta". Veja aqui a localização no Google Maps. Possui acesso livre, sem cobrança até para estacionar. É uma das cachoeiras mais bonitas e famosas da Islândia, medindo 60 metros de altura e 25 metros de largura, com um impressionante volume de água. Não é permitido voar drone no local.

Mais 30 km para chegar na Skógafoss


O acesso à cachoeira é fácil e sem cobranças


A cachoeira foi cenário do filme Thor


O relevo exótico ajuda a formar esse cenário


A cachoeira tem 60 m de altura por 25 de largura


Além de observar a cachoeira dos seus "pés", também é possível subir no topo por uma escada de metal colocada para facilitar a visitação. Dizem que em dias de sol forma-se um arco-íris no local.

Uma escada de metal foi feita para facilitar a subida no topo de Skógafoss


No final da escadaria existe uma plataforma para mirante


Outro ângulo de observação da cachoeira


SÓLHEIMASANDUR PLANE WRECK

A apenas 11 km (10 min) desde Skógafoss está o acesso para um dos lugares mais surreais da Islândia, a praia de Solheimasandur onde existe a carcaça de um avião sinistrado, um cenário que parece ter surgido do Armagedom. Veja aqui a localização no Google Maps. O estacionamento livre fica na beira da estrada e a trilha até o local do avião tem 3,9 km de extensão, sendo bem acessível e marcada, dá cerca de 1 hora de caminhando. 

Trilha plana de 3,9 km da beira da estrada até o local do avião


Em 1973, um avião DC da Marinha dos EUA ficou sem combustível e caiu nessa praia de areia preta chamada Sólheimasandur. Felizmente, todos sobreviveram. Mais tarde, descobriu-se que o piloto mudou para o tanque de combustível errado.

Carcaça da aeronave sinistrada da marinha americana


A fuselagem se encontra cheia de furos, provavelmente feitos quando já estava caída


Esse grupo de excursão "nutella" chegou no local de quadriciclo


É possível subir no avião


Observar o "esqueleto" do avião é interessante


Fiação que resiste até hoje na cabine do avião


O interior do avião derrubado parece cenário de filme do fim do mundo!


DYRHÓLAEY

Mais 18,4 km (20 min) de deslocamento de carro pela estrada 219 e eu chegaria neste local de incríveis formações rochosas na beira do mar. Existe um ponto mais alto onde se encontra um farol, mas para chegar lá é necessário um veículo 4x4. Porém, a melhor parte é acessível de carro (também livre de cobranças). Veja aqui a localização no Google Maps.

Dyrholaey é um mirante cercado de belas formações rochosas




Ao fundo as agulhas Reynisdrangar


Lugar de lendas milenares de monstros


REYNISFJARA BLACK SAND BEACH

Mais 19 km (19 min) contornando o lago pela estrada 215, se chega em um dos lugares mais exóticos do país na minha opinião. A praia de Reynisfjara, também conhecida com a Black Beach, possui areia pretas que contrastam com as águas brilhantes do mar. Aquele local também serviu se cenário para a série Game of Thrones, conhecido como "A Pedra do Dragão".

Placas sinalizam o caminho até Reynisfjara, a famosa Black Beach


Em 1991, ela foi considerada uma das 10 praias não tropicais mais belas do mundo


A areia é completamente preta


Diz a lenda que as agulhas Reynisdrangar foram formadas quando dois trolls estavam tentando arrastar um navio. Quando a luz do dia chegou, eles viraram pedra. Outra lenda conta de um monstro que viveu na caverna Hálsanefshellir e desapareceu depois de um deslizamento de terra há mais de 100 anos.

Ao fundo: a caverna Hálsanefshellir e as estacas Reynisdrangar


A parede da caverna parece uma obra de arte


Dá pra imaginar como a natureza criou essas paredes?


Mesmo com tanta coisa exótica na Islândia, poucas são mais impressionantes que as colunas de rocha de basalto que possuem uma característica natural totalmente única! Na beira da praia está a montanha Reynisfjell, com 340 metros de colunas basálticas de forma hexagonal. 

Escalei as rochas basálticas para observar a praia do alto


Com certeza um dos lugares mais exóticos do mundo


VILAREJO DE VÍK

Depois da Black Beach, foram mais 10,8 km (11min) até passar pela pequena cidade de Vík í Mýrdal, que tem uma população aproximada de apenas 300 pessoas. Veja aqui localização no Google Maps. É um bom local para planejar compras nos supermercados ou abastecimento do veículo nos postos de gasolina. Uma das melhores vistas da cidade é a partir do alto da sua igreja. 

Mesmo com uma chuva fina a paisagem é bonita, principalmente do alto de Vík


SKEIDARÁ BRIDGE MONUMENT

Depois de 135 km (1h30) percorridos na estrada, cheguei em um lugar pouco famoso mas que merece uma parada para se conhecer a história. Em 1996, o vulcão Vatnajökull entrou em erupção derretendo porções de geleiras e criando enormes inundações. Esta ponte giratória foi construída para suportar grande enchente, mas não estava preparada para os icebergs do tamanho de uma casa. Esses gigantescos fragmentos glaciais caíram na ponte, varrendo-a e criando uma lacuna na estrada principal. Tudo o que resta da ponte original hoje são duas vigas torcidas ao lado da nova estrada. Elas formam um monumento em homenagem às forças naturais da Islândia. O lugar também merece uma parada pela linda paisagem que pode ser admirada, tanto Skeiðarárjökull como uma outra geleira, Svinafellsjökull, são visíveis à distância.

As duas vigas retorcidas lembram a força da natureza


"Mensagens" pixadas no monumento


A vista dos glaciares é uma das atrações mais belas naquele local



PERNOITE EM JOKULSÁRLÓN

Mais 57 km e eu chegaria no meu ponto de pernoite, já eram 22h00 e estava finalizando o segundo dia de exploração. Parei o carro no estacionamento ao lado da ponte sobre o Lago Jökulsárlón e era hora de comer para repôr as energias. Para economizar, fizemos miojo com ovos com o fogareiro. Aquela seria a primeira de muitas noites dormindo dentro do carro.

Meu amigo preparando o jantar no fogareiro


Prato 5 estrelas com carboidrato (miojo) e proteína (ovo)


VEJA O VÍDEO

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Roteiro completo: MISSÃO ISLÂNDIA




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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.