EUA: Dicas e custos para uma road trip pelo Oeste Americano

Informações úteis e dicas exclusivas para ajudar no planejamento de viagem


Sempre fui o tipo de criança que nunca teve vontade de ir para a Disney. Cresci e me transformei no adulto que não fazia questão de viajar para Nova York ou Miami. Não, não sou um antiamericano, na verdade sempre quis viajar para os Estados Unidos mas para conhecer lugares bem diferentes daqueles adorados por brasileiros. Com poucos dias disponíveis, consegui planejar um roteiro quase impraticável para conhecer um parte desse país imenso e enfrentar mais de 6.000 km em 12 dias de viagem de carro pelo oeste americano. Vou resumir aqui um pouco do planejamento e da execução dessa missão!

Planejamento do roteiro da road trip pelo oeste americano


COMO TIRAR O VISTO AMERICANO?

A primeira coisa que se deve fazer para planejar sua viagem aos EUA é obter o visto americano.  Para isso deve-se cumprir 5 passos:

1- Preencher o formulário de solicitação de visto DS-160 do link https://ceac.state.gov/genniv/. As perguntas estão em inglês mas se passar o cursor em cima, aparece a tradução. Não esqueça de ir salvando cada página e o número do "Application ID" para entrar novamente;

2- Agendar a entrevista no site http://brazil.usvisa-info.com e seguir o passo a passo, tendo em mãos a página de confirmação do formulário DS-160 com código de barras e o número do passaporte;

3- Pagar a taxa de solicitação do visto, sendo US$ 160 para vistos de turismo e de negócios. Dúvidas no link http://usvisa-info.com/pt-BR/selfservice/us_fee_payment_options;

4- Ir ao Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV) no dia agendado com o formulário impresso, o passaporte e o comprovante de pagamento da taxa. Serão recolhidas as impressões digitais e será tirada uma foto. Saiba que não é permitido entrar com bolsas ou mochilas no recinto, e não há local para guardar esses pertences lá dentro; e

5- No dia da entrevista é preciso ir ao Consulado ou à Embaixada, levando o passaporte e a página de confirmação do formulário DS-160.


TRASLADO

Decolei do Rio de Janeiro às 19h50 num vôo da GOL para Guarulhos, chegando próximo das 21h. Apenas no dia seguinte eu embarcaria no vôo da Aeroméxico às 9h30 da manhã. Dormi enrolado no meu saco de dormir num canto do aeroporto de Guarulhos até a decolagem com destino a Cidade do México. Pousei no México às 17h. Depois de passar na imigração, troquei 20 dólares da casa de câmbio. Dica 1: as casas de câmbio do desembarque tem cotação ruim, subindo as escadas para a área de embarque existem câmbios melhores.

Catedral Metropolitana da Cidade do México


Saí do aeroporto e segui pela rua, à esquerda, até chegar na estação de metrô Pantitlán. Peguei o metrô até a estação de Pino Suarez no centro da cidade. Dei uma volta no Zocalo (praça central da cidade) e jantei no KFC para então retornar para o aeroporto e dormir no banco mais uma noite. Dica 2: baixei o App do metrô da Cidade do México e ficou mais fácil me deslocar.

A segunda noite de sono da viagem foi assim


Decolei às 09h35 da Cidade do México com destino à Las Vegas. Ao se aproximar, era possível ter noção do deserto que é o estado de Nevada contrastando com grandes lagos. Cheguei em Las Vegas às 11h30. Passei na imigração sem problemas e logo eu estaria pronto para explorar o solo americano.

Vôo da Aeromexico com destino a Las Vegas


Terras áridas e lagos verdes em Nevada


ALUGUEL DE CARRO

O primeiro choque cultural é o processo para alugar um carro. Logo após a saída do portão de desembarque do aeroporto de Las Vegas existe um ponto de ônibus (grátis) que faz o transporte até o McCarran Rent-a-Car Center, um centro comercial que reúne todas as agências de Rent-a-car, ou seja, as agências não ficam no aeroporto.

Esperei aqui o Shuttle para o centro que reúnes as agências de Rent-a-car


Eu tinha reserva na AVIS e ao chegar no centro comercial, outro choque cultural: o atendimento foi sem burocracia e o atendente entregou um papel com o número da vaga do carro e o modelo, explicando onde era o estacionamento. Só alertou que o carro deveria voltar com tanque cheio. Cheguei no estacionamento e o carro estava lá, com a chave na porta e sem ninguém para entregar. Bastava ligar o carro e partir. Não consigo imaginar isso no Brasil.

O Passat branco estava me esperando no estacionamento com a chave na porta


COMPRAS EM LAS VEGAS

Antes de iniciar a minha road trip, eu tinha que abastecer o carro de equipamentos, comida e água. Para isso, minha primeira parada foi em um lugar imperdível em Las Vegas, o Las Vegas North Premium Outlets, um shopping que concentra outlets (lojas que vendendem produtos mais baratos para queima de estoque) de grandes marcas. Acabei demorando mais tempo que o previsto nos outlets da The North Face e da Columbia.

Fazer compras era o primeiro objetivo a ser cumprido antes de seguir a road trip


Pátio do Las Vegas North Premium Outlets


Depois do outlet, continuei em outra área da cidade para fazer compras no supermercado Walmart (o mais popular nos EUA). Comprei várias comidas enlatadas: feijão, frango, macarrão, lasanha, ravioli, etc. Também comprei pão, chocolate e pizza. Outra coisa importante era a água. Comprei 4 galões de água que funcionam como refil nos mercados. Não precisei comprar mais água na viagem porque em todos os parques havia bebedouro em que eu podia abastecer os galões de água.

Prédio torcido chamado Keep Memory Alive Event Center


10 DICAS PARA UMA ROAD TRIP NO OESTE AMERICANO

Road Trip é um termo em inglês que denomina uma viagem de longa distância na estrada. Esse foi meu estilo de viagem pelo oeste americano e selecionei algumas dicas importantes para quem pretende explorar essa região:


1) INTERNET

Ter internet móvel numa road trip é essencial, principalmente para se manter localizado e usar o GPS dos aplicativos (usei o Google Maps para estabelecer as rotas). Como minha road trip era quase uma missão impossível (dirigir mais de 6 mil km em 12 dias), eu decidi sair do Brasil com o chip da Easysim4u que oferece a vantagem de descer do avião já conectado à internet nas viagens internacionais. Assim, eu não fiquei dependendo de wi-fi e nem perdendo tempo tentando encontrar uma loja com um plano adequado, correndo o risco de explicar errado para o vendedor que fala outro idioma e acabar tendo prejuízo. No caso dessa viagem em que haveria conexões longas no México, tive a vantagem de usar um só chip de celular e permanecer conectado nos 2 países. Ao chegar em Las Vegas, peguei o carro alugado que eu havia reservado e já parti para os destinos com o GPS da rede de dados. A Easysim4u permite conexão de dados ilimitados em mais de 140 países. Para saber mais detalhes sobre a cobertura e os preços, acesse o site https://www.easysim4u.com/

Já saí do Brasil com um pacote de dados ilimitados da Easysim4u 


2) APP ÚTEIS

Alguns aplicativos são essenciais em qualquer viagem, como o Booking.com, Google Tradutor e o Google Maps, este último foi muito usado para gerar os trajetos na road trip (pode ser também o Waze, mas o Maps funciona bem nos EUA). Outro aplicativo útil que tenho em meu smatphone, e que usei nessa viagem, foi o Conversor de Unidades, que facilitou bastante a conversão rápida de milhas/km, galões/litros e pés/metros, além de fazer também o câmbio de moedas. Porém, nessa viagem específica para os EUA, um aplicativo que me ajudou muito foi o WikiCamps USA que é rico em informações de locais para camping e locais de pernoite de carros ou motorhomes em todo o território americano, incluindo os pagos e os que são de graça. Recomendo bastante!

O App WikiCamps USA te ajuda achar os locais mais próximos para pernoite com o carro


3) PERNOITES: Nas principais cidadezinhas que ficam no caminho das highways existem motéis. Os motéis de beira de estrada não são feitos para sexo, como no Brasil, mas são hospedagens mais simples para viajantes, porém não são baratos. A hospedagem variava de 70 a 100 USD. Uma maneira econômica de fazer uma road trip é dormir dentro do carro ou alugar um motorhome. As agências que alugam motorhome costumam cobrar taxa por milhas percorridas, logo não seria uma boa opção para mim que pretendia rodar mais de 6 mil km. Aluguei um carro grande (no caso, me deram um Passat) e toda noite eu baixava o banco traseiro e transformava em cama. Outra dica para pernoitar é procurar estacionamentos de grandes postos de gasolina, estacionamento de supermercados (ficam abertos à noite) ou nas Rest Area que são locais de parada para descanso em alguns pontos das highways, tendo banheiro, bebedouro, mesas para refeição, máquinas de refrigerantes e mapas. Caminhoneiros e viajantes costumam parar para descansar antes de seguir viagem. Tudo é bem limpo e cuidado por um funcionário público responsável. 

Paradas para descanso de motoristas localizadas em alguns pontos das highways


4) FUSO-HORÁRIO: A diferença de horários no território dos EUA varia de leste para Oeste, por isso é bom consultar na internet o horário real de cada cidade durante uma road trip. Nesta viagem, passei por 2 fusos diferentes, sendo que Las Vegas, Nevada, fica 4 horas a menos que o Brasil e em Denver, Colorado, fica a 3 horas a menos que o Brasil (Brasília). O Horário Brasileiro de Verão (HBV) pode influenciar na diferença de horário.


5) MELHOR ÉPOCA: A primavera e o outono têm um clima mais moderado e podem ser a melhor época para visitar a região de Utah, Arizona, Nevada, Wyoming e Colorado. Abril, maio, setembro e outubro são geralmente quentes e ensolarados, no entanto, espere ocasionais períodos frios e até chuvosos durante estes meses. Julho e agosto é alta temporada por causa das férias americanas, mas eu fui nesse período e deu para visitar tudo sem problema, exceto o calor que era incômodo.


6) ÁGUA: Apesar de ser uma área árida, o abastecimento de água ocorre sem problemas para as cidades. No início da viagem, comprei 4 garrafas de galão de água no Walmart (37 cents cada) e consegui ir recompletando pelo caminho pois a maioria dos parques nacionais possuem bebedouro de água potável. É recomendável beber bastante água nas trilhas em locais desérticos para evitar insolação. 


7) COMIDA: Comida não falta no caminho, sempre há um mercadinho ou uma fast food nos postos de gasolina, porém bem mais caros do que comprar nos supermercados. Antes de partir na road trip, enchi o carro de comida enlatada, pão e até um pote de Whey Protein (suplemento é barato nos EUA). Sempre que havia a necessidade de comprar mais comida, eu checava no Google Maps onde era a cidade mais próxima com Walmart.


8) TOMADA: A voltagem é de 110V. O modelo de plug utilizado nos EUA requer adaptadores para nós brasileiros. Podem ser achados nos aeroportos ou mercados. Veja abaixo os modelos encontrados:

Tipos de tomada que podem ser encontrados nos EUA


9) COMBUSTÍVEL

O preço da gasolina para a venda é informado em galão (3,7 litros). Faça as contas e verá que o combustível é bem mais barato que no Brasil. Além disso, a qualidade da gasolina é tão boa que o carro rende mais quilômetros sem esvaziar o tanque. Existem vários postos pelo caminho, afinal, os EUA são o país do carro. Para abastecer é feito o esquema de self-service (o cliente que abastece, não há frentista). Primeiro é feito o pagamento através de cartão de crédito ou pagando em dinheiro diretamente nas lojas de conveniência existentes nos postos. Basta entregar o dinheiro e falar o número da bomba de combustível, por exemplo: "twenty dolares in pump number six". Depois selecione o tipo de combustível: ordinary (comum), plus, etc.

Bomba de combustível americana


10) VELOCIDADE: A primeira coisa que devemos nos acostumar é que as placas de limite de velocidade estão exibidas em "milhas por hora" e não em "km/h" (saiba  que 1 milha = 1,6 km). As estradas são tão boas, organizadas e bem sinalizadas que é fácil passar do limite de velocidade, mesmo esse limite sendo alto. Não vi fiscalização eletrônica nas estradas, somente dentro de algumas cidades pelo caminho. Dizem que os policiais possuem pistolas de radar que conseguem medir a velocidade dos carros. Sobre excesso de velocidade, os americanos possuem uma tolerância de 10% do valor da velocidade permitida. Outra informação importante é que atrapalhar o fluxo por estar lento demais também é infração de trânsito.


CUSTOS (agosto 2018)

Abaixo está o custo da minha road trip de 12 dias pelo oeste americano. O valor da gasolina e das entradas nos parques é por carro, ou seja, quanto mais pessoas dividindo, menor o custo.

- Metrô no México (ida) - 5 MXP
- Jantar no KFC - 100 MXP
- Metrô no México (volta) - 5 MXP
- Água - 20 MXP
- Aluguel de carro + seguro (11 diárias) - 329,10 USD
- Estacionamento outlet - 6 USD
- Supermercado Walmart - 112,47 USD
- Antelope Canyon - 50 USD
- Gasolina 1 - 35,17
- Monument Valley - 20 USD
- Gasolina 2 - 20 USD
- H-Motel - 72,33 USD
- Gasolina 3 - 20 USD
- Dinosaur Monument - 25 USD
- Gasolina 4 - 40 USD
- McDonalds (Jackson City) - 5,30 USD
- McDonalds breakfast - 2,30 USD
- Gasolina 5 - 20 USD
- Parque Grand Teton - 35 USD
- Parque Yellowstone - 35 USD
- Supermercado Walmart 2 - 9,12 USD
- Gasolina 6 - 30 USD
- Parque Devils Tower - 20 USD
- Combustível 7 - 30 USD
- Monte Rushmore - 10 USD
- Batata Chips - 3 USD
- Hotel 7th Avenue - 70 USD
- Gasolina 7 - 30 USD
- Supermercado Walmart 3 - 18,80 USD
- Parque dos Arcos - 30 USD
- Gasolina 8 - 40 USD
- Parque Mesa Verde - 20 USD
- Supermercado Walmart 4 - 9 USD
- Gasolina 9 - 20 USD
- Parque Grand Canyon - 35 USD
- Gasolina 10 - 20 USD
- Gasolina 11 (final) - 46,50 USD
- Luxor Hotel - 136,77 USD

OBS: Durante a conexão de retorno, visitei as ruínas arqueológicas de Teotihuacan, no México. Os custos desse dia serão detalhados no post específico.


ROTEIRO

Clique aqui em ROTEIRO COMPLETO para continuar lendo e ter acesso aos links de relatos do dia-a-dia da minha road trip pelo oeste dos EUA.




Comentários

  1. Comentando em 2023, mas ótimas informações! Adorei o post

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.