Uma série de vestígios Rapa Nui concentrados numa área pouco visitada
Na costa norte da Ilha de Páscoa, entre as praias e o famoso Ahu Tongariki, está o litoral pedregoso que costuma ser um local esquecido. Ali é o único trecho das estradas que se encontra em más condições, com aproximadamente 6 km. Mesmo não sendo uma área importante turisticamente, percorri o litoral de La Perouse Bay em busca de vestígios da antiga civilização Rapa Nui.
AHU TAHAROA
Comecei o dia explorando o vulcão extinto Poike que fica na região nordeste da ilha. Em seguida, entrei na estrada norte seguindo em direção à praia de Anakena. Logo no início do percurso, beirando o litoral, estão as ruínas de uma plataforma de moai chamada Ahu Taharoa. É um sítio de moai bem antigo, cujas paredes do ahu ainda demonstram sua forma. As estátuas, porém, estão em pedaços.
Ainda tem as formas de uma antiga plataforma de moai
Por estar em ruínas, o Ahu Taharoa não costuma ter importância turística
O encaixe dos blocos é tosco, mas resiste ao tempo
Os moai podem ser reconhecidos pela cor dourada da rocha do vulcão Rano Raraku
Um corpo de moai caído sobre as pedras do ahu
O litoral nessa área é bastante pedregoso e exótico
AHU TAU A URE
Seguindo pela estrada, avistei outro ahu no litoral, porém muito mais deteriorado que o anterior. Ainda menos atrativo para os turistas por estar destruído, a vantagem do local é ter uma vista privilegiada dos três "maunga" do vulcão extinto Poike.
As ruínas do Ahu Tau A Ure estão quase cobertas pelo mato
Boa parte dos blocos do ahu estão desmoronados
Uma das vantagens do sítio é observar esse cenário de isolamento
No fundo, estão os morros (maunga) marcantes de Poike: Vai A Heva, Tea Tea e Parehe
PUOHIRO
Na beira da estrada encontrei um item diferente de qualquer outro na ilha. O Puohiro (trombeta de Hiro) é uma pedra vulcânica com vários furos que, teoricamente, era usada como instrumento musical. Os arqueólogos acreditam que este se tratava de um local cerimonial ao deus da chuva Hiro.
Este seria um local de invocação do deus da chuva em períodos de seca
A pedra mede cerca de 1,25 metros de altura
Alguns descendentes dos Rapa Nui ainda conseguem usá-lo como instrumento musical
Apesar da associação a uma trombeta primitiva, esta explicação não é 100% aceitável. O mistério começa por existir diferentes desenhos de vulvas, em forma de petróglifos, no corpo desta pedra. Dessa forma, há aqueles que acreditem que o seu uso seja relacionado a rituais de fertilidade.
Vários desenhos de vulvas na pedra
Será que nenhum arqueólogo pensou que o Puohiro poderia ter outra finalidade???
PAPA VAKA
Outro ponto de parada obrigatória é este sítio repleto de gravuras rupestres gravadas na pedra (petróglifos) com simbologia relacionada com o mar e a pesca. A palavra Papa significa "pedra" e Vaka é "canoa", ou seja, Pedra da Canoa em Rapa Nui. O nome faz referência ao maior petróglifo da Ilha de Páscoa, um desenho de canoa medindo 12 metros.
Papa Vaka é uma área cerimonial dedicada ao mar
O caminho até o sítio arqueológico é balizado com pedras
O desenho da canoa pode estar relacionado à canoa do rei ou dos primeiros exploradores da ilha
A plataforma marca um ponto de melhor observação dos petróglifos
A existência de círculos no desenho da canoa ainda não tem explicação
A pedra chamada Papa Mangai, com vários anzóis e um suposto polvo (heke)
Estranhas depressões sem explicação
HANGA HO´ONU
O próximo sítio, assim como os demais, também apresenta um ahu com estátuas moai caídas e em pedaços, seria o Ahu He Ki'i. O motivo da importância deste sítio arqueológico seria bem mais tardio que a construção do ahu, isso porque se acredita que foi naquele litoral que a Ilha de Páscoa foi descoberta pelos primeiros europeus.
O próximo sítio, assim como os demais, também apresenta um ahu com estátuas moai caídas e em pedaços, seria o Ahu He Ki'i. O motivo da importância deste sítio arqueológico seria bem mais tardio que a construção do ahu, isso porque se acredita que foi naquele litoral que a Ilha de Páscoa foi descoberta pelos primeiros europeus.
Neste local se encontra as ruínas do Ahu He Ki'i
Paredes com blocos bem encaixados e pedaços de moai no chão
Essa parte do ahu é feita com pequenas pedras, uma maneira bem rústica de construção
AHU TE PITO KURA
Já quase chegando na praia de Ovahe, está o sítio arqueológico mais famoso e de boa importância turística em La Perouse Bay. É o Ahu Te Pito Kura, uma plataforma que sustentou o maior moai já transportado da pedreira de Rano Raraku e levantado em um ahu. O moai media cerca de 11 metros de altura e pesava 70 toneladas aproximadamente.
Te Pito Kura significa "umbigo da luz"
Do local é possível ter uma vista ampla do vulcão Poike
Diz a lenda que este foi o último moai visto de pé por um estrangeiro na Ilha de Páscoa. O viajante francês Abel Du Petit-Thouars relatou isso ao visitar a ilha em 1838. Desde então, foi o último relato de um moai visto de pé originalmente na ilha.
Seu nome original é Paro, um dos poucos nomes de moai preservados ao longo dos tempos
O pukao é da minha altura e se estima pesar mais de 10 toneladas
O moai é tão grande que a sua orelha chega a medir 2 metros
Há relatos de um explorador francês que teria visto o moai de pé. Será?
Um grande mistério deste sítio é uma pedra oval localizada a cerca de 40 metros à esquerda do ahu. Existe a lenda de que Hotu Matua'a, o rei que fundou a civilização Rapa Nui, trouxe essa pedra polida até a Ilha de Páscoa desde sua terra natal e essa seria uma pedra portadora do mana (poder espiritual concedido pelos deuses). Alguns efeitos estranhos seriam realmente gerados pela pedra, supostamente devido ao seu alto teor de ferro. A pedra tem fama de interferir em bússolas e aumentar a fertilidade feminina.
Alguns turistas afirmam sentir a carga magnética ao colocar as mãos nessa pedra
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