Quinto dia do tradicional trekking rumo ao Everest Base Camp
No dia anterior quando passei por Dingboche e pedi informação para um habitante local sobre como chegava em Periche, ele me respondeu: "Vai amanhã, dorme hoje aqui (Dingboche), Periche é muito frio". Naquele momento pensei que era apenas uma rixa entre os vilarejos, mas depois de passar a noite em Periche, entendi o que o nepalês quis dizer e descobri o motivo pelo qual o vilarejo de Periche (4.266 m) é recomendado para fazer uma parada de um dia completo de aclimatação. Além de ajudar a adaptar o montanhista à altitude, o vilarejo também procura simular o frio das elevações superiores.
Um dia de aclimatação neste vilarejo localizado a 4.266 metros
PERICHE
A pronúncia de acordo com os habitantes locais é "Perichê". Este vilarejo fica em um vale, às margens do Rio Tsola, talvez por isso é tão frio. No passado foi uma aldeia agrícola que criava batatas, trigo-mourisco e rebanhos de yaks. Hoje o vilarejo possui lodges, restaurantes, padaria e até uma lojinha de material de trekking, sendo um local recomendado para a segunda parada de aclimatação rumo ao Everest Base Camp. Também é recomendado fazer uma caminhada de aclimatação durante a estadia em Periche para seguir a técnica dos montanhistas de grandes altitudes: "trabalhar no alto e dormir no baixo". A ida e volta faz o organismo começar a produzir hemácias para suportar um ambiente com menor quantidade de oxigênio. Uma trilha recomendada é subir o morro que separa Periche de Dingboche, mas como eu tinha feito isso no dia anterior, desci o rio até atravessar a ponte na saída da vila e subi uma pequena encosta.
Um crânio de Yak lembra o passado rural de Periche
O vilarejo está num vale bem frio
As águas geladas do Rio Tsola possuem uma cor incrível
O frio cria placas de gelo nas margens do rio
Subi a trilha para aclimatar e tive uma vista privilegiada das montanhas
HIMALAYAN RESCUE ASSOCIATION
Em Periche existe um posto de socorro da Himalayan Rescue Association (HRA), cuja sede se encontra no Kathmandu. O local provê tratamento médico clínico das 9h às 12h e 13h30 às 17h, orientações sobre mal da altitude às 15h (grátis) e emergência do dia todo. Também possui uma lojinha interna com farmácia. Além disso, Periche é um dos pontos de evacuação da região, tendo a presença constante de helicópteros de resgate. Na frente do posto de socorro está o Everest Memorial Sculpture, instalado em 2003, que presta homenagem a todos aqueles montanhistas que morreram tentando escalar o Monte Everest.
Posto de socorro (ao fundo) e o memorial
O Himalayan Rescue Association presta tratamento e evacuação médica
O memorial de 2 metros foi feito na Inglaterra e transportado até o local
Na face interna do memorial está a lista dos montanhistas que morreram tentando subir o Everest
Na lista, encontrei o nome de um brasileiro
Helicóptero de resgate pousando em Periche
HOSPEDAGEM
Fiquei hospedado no Panorama Lodge & Restaurante, um ambiente simples mas bem agradável e localizado no centro de Periche. Cada diária custou 500 rupias. O dono do lodge é um sherpa famoso que já escalou o Everest e ajudou as equipes de resgate. Tem até uma foto com o ex-presidente americano Jimmy Carter em uma visita feita no ano de 1985. Comi com frequência o prato Egg Fried Rice nas refeições e a panqueca de maçã no café da manhã. Foi o dono do lodge que me ensinou que o chá de menta ajuda a aliviar o mal de altitude.
O lodge fica em frente ao Himalayan Rescue Association
Acordar de manhã e ter essa vista não tem preço
Fotos do dono do lodge com o presidente Jimmy Carter em 1985
Fotografei o cardápio para dar uma noção dos preços:
MEU ROTEIRO
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