Everest Base Camp (dia 1): Trekking de Lukla até Monjo

Início da caminhada no primeiro dia de trekking rumo ao Everest Base Camp


Originalmente comprei a passagem aérea de Kathmandu para Lukla no site da Yeti Airlines mas, no dia do embarque, fui direcionado para outra empresa, a Tara Air. Pelo visto, essas duas empresas aéreas domésticas do Nepal têm parceria. Porém, meu planejamento inicial foi detonado. A empresa cancelou o vôo e eu tive que retornar para o aeroporto no dia seguinte bem cedo para tentar embarcar no avião previsto para as 9h00. Meu plano inicial era de 12 dias disponíveis para fazer o trekking completo ao Everest Base Camp, mas tive que me adaptar com um dia a menos!


VÔO PARA LUKLA

O vilarejo de Lukla (2.800 m) é o ponto de partida tradicional para início da caminhada até o Everest. O motivo principal é que ali está o aeroporto mais próximo da região, sendo o meio mais fácil e rápido para começar o trekking pois está a apenas 30 min de vôo desde Kathmandu. O aeroporto de Lukla é bastante diferente dos aeroportos comuns. Ele fica localizado no meio das montanhas dos Himalaias e a pista foi construída numa área inclinada, entre um abismo e um paredão. É mediante essas condições que os pilotos têm que pousar o avião, por isso, o aeroporto de Lukla é considerado um dos mais perigosos do mundo! 😨

O avião é pequeno e funciona com dois motores com hélices


Depois de ter o vôo original cancelado, consegui embarcar no dia seguinte


Despedida temporária de Kathmandu


Tem até serviço de bordo no avião 😝


A vista do piloto durante o vôo é privilegiada


Everest à vista!


A pista do aeroporto de Lukla na proa do avião


Após o pouso, o avião termina de cara para um paredão


Se liga na inclinação da pista!


PERMISSÃO PARA O TREKKING EM LUKLA

O desembarque em Lukla é diferente dos outros aeroportos pois não existem táxis, Uber, ou transporte público. Depois de restituir a mochila já começa o trekking. Basta seguir andando pela rua principal do vilarejo até o final. A primeira parada foi no ticket office do Khumbu Pasang Lhamu Rural Municipality, na direita do caminho, onde é emitida a primeira permissão para o trekking no valor de 2.000 rupias (a segunda permissão será no vilarejo de Monjo). A próxima parada é um pouco mais à frente, à esquerda, no Check Point da Polícia Turística que faz a conferência e controle das permissões. Depois de tudo resolvido, começa de fato a caminhada rumo ao Everest deixando Lukla para trás. Eram 11h00 e meu objetivo do dia era percorrer 12,7 km de trilha até chegar em Monjo (previsão de 6h30min de trilha).

Local de restituição de bagagens do aeroporto


Chegada em Lukla a 2.855 metros de altitude


Rua principal de Lukla onde está concentrado o comércio


Basta seguir até o final da rua para continuar na trilha do Everest


Ticket Office para obtenção da primeira permissão


Antes de sair de Lukla, uma parada no Check Point da polícia turística


Aviso de proibição do uso de drones na área do parque (por isso nunca vi foto de drone no Everest)


Saída do vilarejo de Lukla


CHHEPLUNG

Uma característica da trilha é que começa descendo. De 2.800 m de Lukla, a trilha desce até 2.600 m no vilarejo de Phakding. A trilha é bem movimentada com turistas e moradores da região, além das caravanas de cavalos e Yaks (o boi regional) carregando carga entre as aldeias. Muitos turistas vão até a região para se hospedar em um dos resorts nas aldeias próximas de Lukla, ou seja, nem todos estão dispostos a seguir até o Everest. A primeira aldeia de passagem é Chheplung (2.695 m) que fica a 3 km de Lukla e chama a atenção por possuir uma bela stupa branca, uma das mais preservadas e bonitas da região.

Reabastecendo a água numa bica. Depois eu filtrei porque dizem que a água não é confiável


Caravanas de Yaks, os bois dos Himalaias que fazem a logística de transporte de carga


Stupa branca da aldeia de Chheplung


Muitos turistas vêm para a região apenas para se hospedar nos resorts de montanha


Primeira das várias pontes suspensas do caminho


GHAT

Depois de Chheplung (2.695 m) continuei descendo por mais 3 km até a aldeia de Ghat (2.544 m) que é atravessada por um rio. Uma das atrações de Ghat são as pedras talhadas com escritas nepalesas de orações, denominadas Pedras de Mani. Outra curiosidade religiosa encontrada pelo caminho são as rodas budistas cuja crença diz que devem ser giradas (no sentido horário) para o peregrino purificar a alma. Não custa tentar! 

Chegada em Ghat e sua imensa pedra talhada com orações


Travessia do rio que cruza a aldeia de Ghat


O caminho continua entre áreas de plantações


Pedras com orações e stupas pelo caminho


A placa pede "por favor" para girar a roda e purificar sua alma


Placas com orações também são distribuídas pela trilha


PHAKDING

Seguindo por mais 2 km desde Ghat (2.544 m), cheguei no vilarejo de Phakding (2.600 m) que é um dos maiores e mais bem estruturados antes de Namche Bazar. Existe até um Irish Pub e uma Reggae House. A maioria dos roteiros de trekking ao Everest Base Camp fazem o pernoite do primeiro dia neste vilarejo, mas como eu perdi um dia por causa do cancelamento do vôo, resolvi seguir mais à frente até Monjo.

Muitos turistas escolhem Phakding por causa de sua infraestrutura 


No caminho, várias rodas budistas de todos os tamanhos


Mais uma ponte a ser atravessada


É bom esperar os yaks atravessarem se você não quiser tomar uma chifrada por acidente


A cor das águas impressiona!


MONJO

De Phakding (2.600 m) para Monju (2.820 m) ainda resta uma longa caminhada de quase 5 km, passando pela aldeia de Benkar e com trechos que começam a subida. Cheguei em Monjo por volta das 18h00 e já havia anoitecido. Depois de subir uma escadaria, logo na entrada do vilarejo, existe um Check Point onde apresentei o passaporte e a permissão. É em Monjo que está o ticket office para obter a segunda permissão, localizado no final da vila, porém pelo horário estava fechado. Pernoitei no Top Hill Lodge & Restaurant que depois de uma negociação, a dona baixou o preço do quarto de 200 para 100 rupias (menos que 1 dólar). De jantar, tomei uma sopa de ovo e comi uma pizza pequena gastando 600 rupias. 

Última ponte do dia para chegar em Monjo


A trilha começa a subir rumo ao Everest




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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.