Chapada das Mesas: As cachoeiras de São Romão e da Prata no Parque Nacional

As mais impressionantes quedas d´água do Rio Farinha


O objetivo neste dia era explorar o interior Parque Nacional da Chapada das Mesas e suas principais cachoeiras: a Cachoeira de São Romão e a Cachoeira da Prata, ambas no curso do Rio Farinha que possui este nome pela cor de suas águas. Iniciando o deslocamento a partir da cidade de Carolina-MA, são cerca de 90 km somente a ida!

São 90 km aproximadamente só para chegar nas principais cachoeiras do parque


COMO CHEGAR?

Diferente das demais atrações da região da Chapada das Mesas que são acessíveis de carro de passeio, a área do Parque Nacional possui estradas de areia que exigem o uso de um veículo de tração 4x4. Como não seria um bom custo-benefício alugar carro 4x4 apenas para este dia, contratei um tour guiado para chegar até lá. Minha opção foi o Joel Índio, um dos guias mais experientes da Chapada das Mesas que tem carro 4x4 próprio com 6 lugares e ainda ajudou bastante para escolher os melhores ângulos de fotografia. O contato com o Índio pode ser feito através do telefone/whatsapp: (99) 99151-2540. Ele também tem Facebook e Instagram: @indioturismo.

O Índio foi o guia que me acompanhou no interior do Parque Nacional


PARQUE NACIONAL

O Parque Nacional da Chapada das Mesas foi criado em 2005 e ainda não existe uma estrutura turística e nem cobrança de taxa geral de acesso. Cerca de 130 famílias viviam naquelas terras isoladas da civilização (sem água encanada e luz) quando o parque foi ativado e a maioria ainda está por lá. As principais cachoeiras estão em terras particulares, por isso o acesso a cada uma delas é cobrado separadamente. Por ser uma região de difícil acesso, a flora e a fauna estão quase virgens se comparadas com outras áreas. Fizemos algumas paradas para ver as plantas, frutas e algumas formações rochosas exóticas.

O bacuri é o "ouro do cerrado" por ser uma fruta muito procurada


No passado, as caboclas que não tinham condições de usar jóias usavam esta flor como brinco


Outra fruta do cerrado comestível


Formação rochosa conhecida como Dedo de Deus


Um dinossauro e uma galinha, conseguem ver? 😐


CACHOEIRA DE SÃO ROMÃO

O primeiro destino foi a cachoeira mais distante e que possui o maior volume de água. A Cachoeira de São Romão é uma queda d'água imponente de 25 metros localizada no Rio Farinha, um afluente do Rio Tocantins. Existe uma estrutura de madeira para descer até a margem do rio e ver a queda d´água de perto. Há a opção de se banhar na praia formada pelo Rio Farinha ou de alugar um caiaque e remar nas suas águas. A taxa de entrada custou R$ 20 (estudantes e professores pagam meio). Existe ainda um restaurante no local que serve refeição.

Estrutura simples com restaurante na entrada da cachoeira


A Cachoeira de São Romão vista através do drone


Praia do Rio Farinha com aluguel de caiaques


O volume de água desta queda é impressionante


Uma das maiores cachoeiras da região


O que eu mais gostei (e que muitas pessoas evitam fazer) é caminhar por baixo da cachoeira. As pedras escorregam e o barulho de queda daquele volume imenso de água assusta um pouco, mas é uma experiência incrível estar lá. O interessante é que existe uma caverna por trás da cachoeira mas o acesso é interditado pois é área de procriação de andorinhas, aliás, as pedras são cobertas por quilos de bosta de andorinha! Para se aproximar é recomendável usar um calçado para não escorregar (eu fui com meu tênis de trilha). Também existe um mirante da cachoeira na parte de cima, perto do restaurante.

É possível chegar bem perto da queda d´água caminhando pelas pedras escorregadias


Por trás da cachoeira se forma uma caverna, porém o acesso está fechado


Mirante da cachoeira pela parte de cima


CACHOEIRA DA PRATA

Seguimos de carro por 16 km desde a São Romão por uma estrada estreita que passa no meio da mata para chegar na outra grande atração do Parque Nacional: a Cachoeira da Prata. A taxa de entrada foi de R$ 20 por pessoa (estudantes e professores pagam meio). Lá também existe uma estrutura bem simples de restaurante e paramos para almoçar antes de descer a trilha para visitar a cachoeira. Pedimos um prato de carne de sol que foi preparada em uma cozinha típica sertaneja com fogão de lenha. Depois do almoço, seguimos pela trilha que passa por uma pequena cachoeira e por uma ponte pênsil até chegar na margem do rio. 

Chegada na área da Cachoeira da Prata


Pequena queda d´água vista no caminho até a Prata


A Cachoeira da Prata tem 24 metros de altura e forma duas quedas d´água em períodos com menos chuva, porém na cheia a cachoeira desce por toda a parede do pequeno cânion. Na primeira delas, a água passa por um anel de pedra. Já a segunda fica próxima de uma ilha que é possível chegar nadando ou apoiado por um cabo de aço.

Nesta queda da Cachoeira da Prata a água desce por um anel de pedra


Atravessei o rio nadando para observar a cachoeira de outro ângulo


O Rio Farinha formou uma ilha de pedras próxima à segunda queda d´água


Arco-íris formado com as gotículas de água da cachoeira


OUTRAS ATRAÇÕES

A área do Parque Nacional tem cerca de 1.600 km quadrados e ainda tem muita coisa a ser explorada para o turismo. Existe um local chamado Sumidouro em que o curso do Rio Farinha desaparece ao passar por dentro da rocha. Outro lugar que eu queria visitar, mas não foi possível fazer através do tour, era o Morro das Figuras que é composto por dois morros, sendo que o menor possui inscrições rupestres. Os arqueólogos que estudaram o local acreditam ser de autoria de índios craôs, descendentes dos tupi-guaranis.

E assim completei o meu roteiro no Parque Nacional da Chapada das Mesas



VEJA O VÍDEO

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MEU ROTEIRO

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.